Procedimento inédito tratou anomalia em criança com sete meses de vida sem necessidade de cirurgia; ao longo de duas décadas, a técnica foi aperfeiçoada e já beneficiou cerca de 400 crianças na Instituição
Até o início dos anos 90, a única forma de proporcionar tratamento definitivo a crianças portadoras de arritmias congênitas (quando a pessoa já nasce com a doença) era por meio de cirurgias cardíacas. A anomalia faz o coração bater fora do compasso, mais rápido ou mais devagar. Na época, o sucesso das cirurgias para corrigir arritmias pediátricas era comprovado em 86% dos casos operados no mundo. O cenário mudou, quando em 1991 um grupo de cardiologistas da Beneficência Portuguesa de São Paulo (www.bpsp.org.br) ousou ao corrigir o ritmo do coração de uma criança de sete meses de vida sem intervenção cirúrgica.
A alternativa encontrada pelos cardiologistas Tarcísio Vasconcelos e Silas Galvão foi a ablação por cateter - processo não cirúrgico que cauteriza a anomalia do coração. No procedimento, um cateter de ponta metálica é introduzido no coração pelos vasos sanguíneos e aplica energia de fulguração que aquece uma das extremidades do cateter provocando a cauterização da arritmia. Naquela ocasião, o sucesso da experiência já era comprovado em pacientes adultos, no entanto, a técnica nunca havia sido testada em crianças latino-americanas. Hoje, a Instituição comemora os 20 anos do procedimento feito em Flávia Camargo Macedo Tavares, primeira criança latino-americana a corrigir uma arritmia cardíaca por ablação por cateter e a terceira no mundo a ser submetida ao procedimento.
“Quando optamos pela ablação, não tínhamos certeza de seu resultado, afinal, o mundo não tinha experiência suficiente em procedimentos com crianças. A paciente era pequena, com uma anomalia complexa e submetê-la à cirurgia seria muito arriscado. Escolhemos a ablação na tentativa de salvá-la”, afirma Tarcísio Vasconcelos, cardiologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
O especialista explica que a criança apresentava uma arritmia grave, incessante, que fazia com que a eletricidade do coração ocorresse em círculo, alterando a contração da musculatura cardíaca e o ritmo dos batimentos do coração. O ritmo do coração da pequena menina era de 200 batimentos por minuto, quase o dobro dos batimentos de uma criança da mesma faixa etária, sem arritmia.
“Batendo em ritmo acelerado, o coração apresenta fadiga e aumenta de tamanho, provocando graves insuficiências. Tínhamos nas mãos um caso complexo, se optássemos pelos procedimentos tradicionais, também colocaríamos a criança em risco de morte”, afirma o especialista.
Início da evolução A ablação feita em 1991 pelos médicos da Beneficência Portuguesa de São Paulo foi um divisor de águas no que diz respeito a procedimentos cardíacos. Depois de Flávia, centenas de crianças foram beneficiadas pela ablação por cateter em diversos centros de referência cardíaca do País. Só os especialistas da Beneficência Portuguesa de São Paulo realizaram cerca de 400 procedimentos do tipo em crianças menores de quatro anos. No entanto, os avanços no tratamento de arritmias cardíacas não param por aí. Desde 1992, os grandes centros cardíacos do mundo realizam a ablação usando radiofrequência, método que cauteriza os focos das arritmias. A radiofrêquencia é uma forma de energia semelhante ao bisturi elétrico e é aplicada através de cateteres especiais, minimamente invasivos.
Beneficência Portuguesa de São Paulo Com 151 anos completados em 2010, a Beneficência Portuguesa de São Paulo é um dos maiores complexos hospitalares privados da América Latina, com alcance de atendimento de 1,5 milhão de pessoas por ano e excelência em cardiologia, transplantes, neurologia, gastroenterologia, ortopedia e oncologia. Em 2007, foi inaugurado o Hospital São José, projetado para ser referência em oncologia, cardiologia, ortopedia e neurologia, com diferenciais em tecnologia e hotelaria hospitalar.
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