Notícia

Skip Navigation LinksHome > Simpro > Notícia

Medial reestrutura gestão e cresce 27% ao ano
15/05/2006

Empresa ampliou rede própria, vai investir em TI e planeja lançar plano odontológico. Após dois anos de planejamento, a Medial Saúde já opera como empresa de capital aberto e briga para atingir a liderança do mercado de medicina de grupo. Como parte do processo de estruturação, o engenheiro Luiz Kaufmann assumiu, na semana passada, a presidência da Medial no lugar de Jin Whan Oh.
O executivo de 60 anos, já liderou grandes empresas de variados setores, como Aracruz Celulose, Petropar e Grupo Multiplic. E é conhecido por promover a reestruturação e preparar a venda de empresas como a Vésper e a Primesys. Hoje, atua também no conselho de administração da Gol Linhas Aéreas e da Vivo.
Há cinco anos no conselho administrativo da Medial, Kaufmann afirma que os bons resultados da empresa são reflexo do processo de estruturação da governança corporativa. O executivo participou, em 2004, do desenvolvimento de um projeto estratégico para o crescimento do grupo.
Mesmo já tendo atuado em vários setores, ele admite que a saúde é um dos negócios mais complexos. "Quando trabalhava com papel e celulose, a estratégia era ser o operador com o custo mais baixo de produto", diz. Já na medicina complementar, afirma, "é necessário se adequar às normas regulatórias" e oferecer produtos customizados de qualidade para os mais diversos públicos.
O trabalho da Medial partiu da melhoria na auditoria interna e ampliação da frente de atuação da empresa. Inicialmente foi feito a estruturação do conselho administrativo que hoje conta com nomes como Geraldo Carbone, presidente do BankBoston e Fernando Tigre, ex-presidente da Kaiser e Alcides Tapias, que integra o conselho desde 2000.
Com o conselho, a empresa deu o passo inicial para a transferência de uma sociedade do trabalho para um mercado de capital. A empresa começou em 1961, quando o Dr. Fernando Mauro Pires Rocha instalou-se como médico no bairro de Moema, em São Paulo. Dois anos mais tarde, seu consultório deu lugar ao Pronto-Socorro Alvorada. Em 1967, junto com três outros médicos - Dr. Geraldo Rocha Mello, Dr. Samir José Kalil e Dr. David Schapira, criou as fundações que dariam origem a Medial.
"Os empreendedores sabem que em algum momento terá que haver sucessão", conta Kaufmann, por isso o investimento em profissionalização. O executivo vai mais longe: "Algum dia vamos abrir capital, porquê não? É o caminho natural", afirma. Segundo Kaufmann, a quase inexistência de empresas de saúde no mercado de capital se deve à falta de escala dessas companhias no passado e principalmente à falta de regulamentação do setor. "Mas já temos empresas em condições de lançar ações."
Os números mostram que é possível pensar em lançar ações no mercado. A Medial é a terceira maior empresa nacional em número de usuários, atrás da Intermédica (1,3 milhão de usuários) e Amil (900 mil). Em 2005, alcançou o faturamento de R$ 978 milhões, o que representa um crescimento de 31,9% em relação ao ano anterior. A taxa de crescimento médio nos últimos anos.
A carteira de usuários evoluiu 19,2%, para 800 mil vidas, em uma base de 11 mil clientes. O lucro líquido cresceu 95,9%, para R$ 33,3 milhões.
Kaufmann é conservador ao falar sobre o futuro da Medial. "Tenho algumas idéias, mas ainda vou demorar uns 90 dias para amadurecê-las." Uma coisa ele tem certeza, a empresa vai manter o ritmo de crescimento. "Passaremos da base de 1 milhão de clientes este ano." Entre as idéias que devem ser amadurecidas está a criação de um plano odontológico. "Faz todo o sentido, são planos de baixo risco e boa rentabilidade."
Investimentos
Crescer com rede própria é a principal estratégia da Medial. No último ano, foram investidos R$ 38 milhões em inaugurações, atualização tecnológica e ampliação de infra-estrutura. A empresa construiu dois centros médicos - totalizando 13 - e abriu dois escritórios regionais de vendas, em um total de seis. A empresa gerou 800 novos empregos e tem hoje 3,6 mil funcionários.
A rede credenciada também cresceu em mais mil prestadores de serviços. Kaufmann admite que a relação entre as operadoras de saúde e os médicos é muito complexa. "Como em qualquer profissão tem profissionais bons e outros ruins." Ele afirma que a maioria dos descadastramentos são feitos por iniciativas dos próprios médicos. "Manter a lista de credenciados é um desafio", diz, referindo-se ao valor pago à classe médica. "No momento não é viável pagar mais ou as contas não fecham".
Atualmente, a Medial tem cinco hospitais próprios em São Paulo. E recentemente, arrendou um andar e o pronto socorro do Hospital São Bernardo, no ABC paulista, para atendimento de sua rede credenciada.
A expectativa para este ano é investir cerca de R$ 45 milhões. O destaque será a inauguração do primeiro hospital da rede fora do mercado paulista, em Brasília. O Rio de Janeiro será o próximo alvo da expansão da empresa, com a inauguração de um centro médico. Apesar de serem voltados para a base própria de clientes, os hospitais da Medial também atendem outros planos de saúde e particulares. Aproximadamente 20% da oferta da oferta é para terceiros.
Outra aposta da rede é modernização de alguns processos. "Estamos fase de desenvolvimento e implantação do sistema de prontuários eletrônicos e também de arquivo digital de imagens." Ele não sabe precisar a redução de custos total com os novos processos, mas garante que os benefícios qualitativos no atendimento são imediatos.
A Medial investe em medicina preventiva. São ações para identificar e acompanhar pacientes crônicos, reduzir custos e garantir melhor atendimento. "Hoje o custo da saúde chega consumir de 7% a 9% da folha."

Fonte: