Durante simpósio satélite serão demonstrados as diretrizes e prática cardiológica baseada em evidências
No próximo dia 18 de setembro, durante o 66º Congresso Brasileiro de Cardiologia, renomados especialistas do HCor – Hospital do Coração, em São Paulo, irão participar do Simpósio Satélite com o tema: “Diretrizes e Prática Cardiológica baseada em evidências”. Na ocasião, serão discutidos os aspectos mais relevantes e atuais dessas diretrizes ao corpo clínico durante o Simpósio Satélite HCor. Entre os temas abordados durante o Simpósio Satélite HCor destacam-se Fibrilação Atrial (FA) – uma atualização para o clínico com base em diretrizes; Síndromes Coronarianas Agudas – os estudos clínicos recentes com antitrombóticos; Diretrizes sobre Reanimação Cardiopulmonar – o que mudou? e Cirurgia Não-Cardíaca de Grande Porte em Cardiopatas.
O surgimento de novos antiarrítmicos, anticoagulantes e o grande avanço da Ablação por Radiofrequência (ARF) justificam uma revisão de condutas na fibrilação atrial por ser a arritmia sustentada mais frequente. Nos EUA existem mais de 5 milhões de portadores, número que deverá triplicar até 2050. Além dos sintomas, distúrbios hemodinâmicos e taquicardiomiopatia (doença caracterizada por disfunção ventricular sistólica e insuficiência cardíaca congestiva) esta arritmia acrescenta considerável risco de tromboembolismo.
“No Brasil 26% dos pacientes com mais de 80 anos que já tiveram acidente vascular cerebral são portadores de FA. Mesmo na FA isolada, sem cardiopatia estrutural, o risco de tromboembolismo duplica, e na FA da cardiopatia reumática o risco pode chegar a 17 vezes em relação à população normal”, explica o cardiologista e responsável pelo Serviço de Arritmias do HCor, José Carlos Pachón.
Segundo o especialista do HCor conhecimentos recentes têm mostrado uma nova fisiopatologia da FA capaz de otimizar o tratamento. Novos conceitos como a "Taquicardia de Background, Ressonância Elétrica e Ninhos de FA" foram inseridos na gênese desta arritmia e serão discutidos no Simpósio Satélite do HCor.
Os novos antiarrítmicos não trouxeram um grande benefício para o tratamento de longo prazo da Fibrilação Atrial. A Ablação por Radiofrequência (ARF) continua sendo o tratamento definitivo principalmente quando a parede atrial não tem patologia avançada e quando não há resposta adequada ao tratamento farmacológico.
Além da possibilidade de cura, as vantagens da ARF são a ausência de toracotomia (abertura da cavidade torácica visando examinar as estruturas expostas cirurgicamente, seja para a coleta de material para diagnóstico laboratorial ou remoção de partes lesadas) e internação em UTI, e sua realização por cateter com punção venosa numa curta internação de dois dias e com baixíssimo índice de complicações. O sucesso pode variar de 70% a 93% e depende da técnica e do tipo de FA, sendo maior quanto mais precoce for o tratamento. Neste Simpósio será discutido novas possibilidades terapêuticas numa revisão sintética das atuais diretrizes.
Além da Fibrilação Atrial, o Simpósio Satélite HCor irá abordar as diretrizes de Ressuscitação Cardiopulmonar. A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é a cessação súbita da circulação sistêmica e atividade ventricular útil em indivíduo com expectativa de restauração da função cardiopulmonar e cerebral, não portador de doença intratável ou em fase terminal.A Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) é o conjunto de procedimentos realizados após uma PCR, com o objetivo de restabelecer temporariamente a circulação de sangue arterial ao cérebro e outros órgãos vitais, até o retorno da circulação espontânea (RCE).
“No ano passado foi publicado as novas Diretrizes do ILCOR/AHA para RCP. Essas diretrizes se baseiam em um processo internacional de avaliação de evidências, envolvendo centenas de cientistas e especialistas em ressuscitação de todo o mundo, que avaliaram milhares de publicações revisadas por pares. As Diretrizes da AHA (American Heart Association) em 2010 para RCP enfatizam, mais uma vez, a necessidade de uma RCP de alta qualidade, no qual incluem frequência de compressão mínima de 100/minuto, profundidade de compressão mínima de cinco centímetro em adultos, evitar o excesso de ventilação, a sequência recomendada para o socorrista que atua sozinha inicia, agora, pelas compressões torácicas antes de aplicar ventilações de resgate, entre outras”, afirma o cardiologista do HCor Hélio Penna.
Em recente registro finalizado pelo cardiologista, 17 hospitais brasileiros avaliaram os preditores independentes associados à sobrevivência imediata, sobrevivência até a alta hospitalar e em longo prazo (em seis e doze meses) após a RCE. “Foram incluídos 763 pacientes vitimas de PCR, de forma prospectiva, entre 2007 e 2010, ocorridas no ambiente intra-hospitalar de 17 hospitais gerais e institutos de especialidades. Este é o primeiro registro multicêntrico, com abrangência nacional que nos permitiu o conhecimento de fatores preditores associados à sobrevivência, e que poderão implicar em melhorias da prática clinica da RCP no Brasil, além de influenciar positivamente as taxas de sobrevivência e alguns de seus dados serão apresentados durante o Simpósio Satélite do HCor”, finaliza Dr. Hélio Penna.
Síndromes Coronarianas Agudas:
As doenças cardiovasculares prevalecem como a principal causa de mortalidade e incapacidade no Brasil e no mundo. Seu crescimento acelerado em países em desenvolvimento representa uma das questões de saúde pública mais relevantes do momento e, atualmente, esses países são responsáveis por cerca de 76% de excesso em óbitos por doenças cardiovasculares. De acordo com as projeções para 2020, a doença cardiovascular permanecerá como a principal causa de mortalidade e incapacitação e, como resultado, um custo associado absolutamente alarmante.
A busca por novas terapias para prevenção e tratamento das síndromes coronarianas agudas tem sido uma busca incessante da cardiologia moderna já há algum tempo. Os objetivos da prevenção em pacientes com doença arterial coronária, como também em indivíduos de alto risco, envolvem a redução de eventos isquêmicos clinicamente relevantes, com consequente diminuição da mortalidade e da incapacitação prematuras e prolongamento da sobrevida.
Os indivíduos com maior risco devem ser precocemente identificados para intervenções de estilo de vida e, quando apropriado, para intervenções farmacológicas.A diminuição do ônus da doença arterial coronária, particularmente do infarto agudo do miocárdio é fundamental para o estabelecimento de políticas de saúde preventivas no Brasil, tanto no que se refere às estratégias populacionais como à prática clínica diária.
Programação do Simpósio Satélite HCor no 66º Congresso Brasileiro de Cardiologia:
Tema: “Diretrizes e Prática Cardiológica baseada em evidências”
Coordenador da mesa: Dr. Otávio Berwanger
Fibrilação Atrial: Dr. José Carlos Pachón
Síndromes Coronarianas Agudas: Dr. Leopoldo Piegas
Diretrizes sobre reanimação cardiopulmonar: Dr. Hélio Penna
Pacientes cardiopatas que necessitam ser submetidos a cirurgia não-cardíaca de grande porte – Dr. Otávio Berwanger
Simpósio Satélite do HCor no 66º Congresso Brasileiro de Cardiologia
Dia: 18/09/2011, das 12h40 às 14h40
Local: Auditório 1 do Centro de Eventos FIERGS
Mais informações: http://congresso.cardiol.br/66/prog-oficial.asp