A realização da triagem neonatal para o diagnóstico da fibrose cística já está disponível na rede pública de todo o Estado de São Paulo. A pedido do Ministério Público Federal, todos os recém-nascidos vivos, em maternidades públicas e privadas, passarão pelo exame, cumprindo o indicado no Programa Nacional de Triagem Neonatal, criado pelo Ministério da Saúde em 2001. O prazo para implantação da triagem completa é de 90 dias, contados a partir de 6 de novembro de 2009, data da decisão do MPF.
Conhecido popularmente como “teste do pezinho”, o exame é capaz de diagnosticar doenças do metabolismo em bebês. Além de reduzir a mortalidade, o programa possibilita a identificação de patologias como fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e fibrose cística.
Com a implantação da segunda fase, outras doenças foram contempladas, mas só na terceira fase é que seria ampliada esta investigação para abranger também a fibrose cística. Em São Paulo só estão implantadas hoje as duas primeiras. De acordo com a Justiça Federal, o Estado alegou dificuldades para implantar a fase 3 graças às limitações do próprio teste e aos custos elevados, atestando então a inviabilidade da triagem neonatal. Já o município paulista justifica a não realização do teste nos moldes estabelecidos devido à falta de verbas, autonomia ou condições materiais.
“Os pacientes com o primeira dosagem alterada deverão realizar uma segunda coleta para confirmação desta alteração. É muito importante explicar aos pais e profissionais de saúde que o fato deste primeiro exame estar alterado não significa que o paciente tenha Fibrose Cística. Na presença de duas amostras do teste do pezinho alterado, o paciente será encaminhado para realização do exame do suor”, completa dra. Marina.
De acordo com o Programa Nacional de Triagem Neonatal, o Estado deve fornecer gratuitamente todo e qualquer medicamento e insumos, bem como prestar atendimento médico adequado e custear as despesas visando a atender às reais necessidades dos portadores de fibrose cística, em todas as suas fases.
”O maior benefício será, sem dúvida, a possibilidade de um diagnóstico mais precoce, muitas vezes antes mesmo que os sinais e sintomas da doença se manifestem. Com isso, toda a equipe multiprofissional envolvida no cuidado destes doentes poderá atuar de forma correta e até mesmo preventiva em alguns aspectos da doença”, esclarece dra. Marina Buarque de Almeida, pneumologista pediátrica da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia. Ela refere-se à, por exemplo, uma abordagem nutricional preventiva, uma vez que os pacientes com melhor estado nutricional apresentam, de modo geral, melhor evolução frente às complicações e agravos da doença.
Muitos casos somente são diagnosticados na fase em que já apresentam muitos agravos e complicações. Com o diagnóstico precoce, é possível uma abordagem mais ampla no aspecto preventivo e, consequentemente, maior longevidade para estes doentes, já que a expectativa de vida no país para esta população é inferior à registrada em países como Estados Unidos e Canadá.
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