Dados apresentados na conferência europeia mostram que o uso de IRESSA em pacientes com câncer de pulmão de células não-pequenas (CPCNP) positivos para mutações do EGFR traz melhora na qualidade de vida e sintomas do câncer comparado à quimioterapia
São Paulo, 18 maio de 2010 – Dados de um estudo apresentado na 2ª Conferência Europeia de Câncer de Pulmão IASLC-ESMO, que aconteceu de 28 de abril a 01 de maio, em Genebra, na Suíça, mostraram uma boa notícia para pacientes com câncer de pulmão avançado de células não-pequenas . O estudo, chamado IPASS, comparou o uso de um novo medicamento, o IRESSA (gefitinibe), em primeira linha à quimioterapia combinada padrão (carboplatina/paclitaxel), e indicou que 70% dos pacientes com mutações do EGFR (um biomarcador importante para definição do tratamento do câncer de pulmão), tratados com gefitinibe, apresentaram melhora de qualidade de vida contra 45% daqueles que receberam quimioterapia.
O estudo mostrou ainda que além de maiores taxas de aumento de qualidade de vida, um número significativo de pacientes apresentou melhora dos sintomas de câncer de pulmão com gefitinibe comparado à quimioterapia combinada (76% contra 54%). Os pacientes que utilizaram gefitinibe apresentaram melhora de qualidade de vida ou de sintomas, no tempo médio de 8 dias.
Estes benefícios significativos de qualidade de vida e melhora dos sintomas em pacientes com mutação do EGFR apoiam a eficácia do gefitinibe em termos de sobrevida livre de progressão e taxa de resposta objetiva nestes pacientes. Já para pacientes com câncer de pulmão avançado de células não-pequenas sem mutações do EGFR, a eficácia da quimioterapia combinada foi superior.
Os dados foram apresentados pela Dra Sumitra Thongprasert do Chiang Mai Hospital, na Tailândia, que declarou, “A qualidade de vida do paciente é uma consideração importante para qualquer médico ao selecionar um tratamento. Estes dados demonstram que existe uma opção para pacientes com câncer de pulmão avançado de células não-pequenas com mutações do EGFR, que apresenta benefícios importantes para a qualidade de vida em comparação à quimioterapia combinada padrão.”
Alison Armour, Diretora de Ciência Médica da AstraZeneca, disse hoje, “Estes resultados destacam a importância de testar os pacientes para determinar seu status de mutação do EGFR. Temos visto melhoras na sobrevida livre de progressão que podem ser obtidas com o uso de gefitinibe como tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de pulmão avançado de células não-pequenas positivos para mutação do EGFR. Os benefícios em eficácia são apoiados por significativa melhora em qualidade de vida e sintomas do câncer de pulmão, tornando o gefitinibe uma importante opção de tratamento de primeira linha para os pacientes que apresentam a mutação do EGFR.
O medicamento foi aprovado em julho de 2009 na Europa para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão avançado de células não-pequenas com mutações do EGFR. Fora da Europa, um programa de solicitações regulatórias para a expansão da autorização existente está em andamento, visando incluir o uso de gefitinibe no tratamento de primeira linha de CPCNP avançado com mutação do EGFR.
Sobre o teste de mutação do EGFR
O receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) é uma proteína encontrada na superfície das células, à qual se ligam as proteínas ou ligantes, como o fator de crescimento epidérmico (EGF). Quando o EGF se liga ao EGFR, ele ativa a enzima tirosina-quinase, iniciando reações que levam ao crescimento e à multiplicação das células. O gene EGFR pode possuir mutações que levam o EGFR a ficar permanentemente ativado. O CPCNP é a mais comum das duas formas de câncer de pulmão. A outra é o câncer de pulmão de pequenas células (CPPC), responsável por 15% dos casos, enquanto o CPCNP responde por aproximadamente 85% [3].
Cerca de 10-15% dos pacientes com CPCNP na Europa e 30-35% de pacientes com CPCNP na Ásia têm CPCNP positivo para mutações do EGFR [4-8].
O CPCNP positivo para mutações do EGFR pode ser identificado através de uma biópsia realizada no momento do diagnóstico. Este é um exame adicional que o oncologista solicita junto a outros exames padrão para diagnóstico (exame histológico) para identificar o tipo de câncer de pulmão do paciente. Quando feitos ao mesmo tempo, podem evitar atraso ao início do tratamento.
Uma série de diferentes exames laboratoriais está disponível atualmente para este fim, incluindo o sequenciamento de DNA, Clamp (especialmente no Japão) e análise de Melt. Além disso, existe uma técnica de detecção de mutações chamada TheraScreen EGFR29® (DxS).
Sobre Iressa
Modo de Ação: Gefitinibe (250 mg) é uma terapia de EGFR-TKI(inibidor da tirosina quinase do receptor de crescimento epidérmico), administrado por via oral, uma vez ao dia; que localiza e bloqueia a atividade do EGFR-TK, uma enzima que regula as vias de sinalização intracelulares envolvidas na proliferação e sobrevida das células do câncer. A sinalização do fator de crescimento foi identificada como uma causa chave do crescimento e disseminação do tumor em uma ampla variedade de cânceres.
O medicamento foi aprovado em julho de 2009 na Europa para o tratamento de pacientes com CPCNP com mutações do EGFR. Fora da Europa, um programa de solicitações regulatórias para a expansão da autorização existente está em andamento, visando incluir o uso de gefitinibe no tratamento de primeira linha de CPCNP avançado com mutação do EGFR. O gefitinibe tem um perfil de efeitos adversos bem estabelecido, geralmente bem tolerado, e não é tipicamente associado a efeitos adversos citotóxicos encontrados comumente na quimioterapia. Os efeitos adversos mais comuns do medicamento são erupções cutâneas leves a moderadas e diarreia.
Até o momento, o número de pacientes que tomaram gefitinibe é superior a 300 mil, e o tempo máximo que um paciente foi mantido em tratamento com gefitinibe foi pouco mais de oito anos.
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