Em alusão ao Dia Nacional do Controle da Infecção Hospitalar, transcorrido no dia 15 de maio, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) lembra as principais medidas preventivas para reduzir os riscos desse tipo de infecção nas instituições de saúde do Pará.
A data foi instituída em 23 de junho de 2008, por meio da lei 11.23, com o objetivo de conscientizar as autoridades sanitárias, diretores de instituições e trabalhadores de saúde sobre a importância do controle da infecção hospitalar.
Socorro Mota, diretora da Divisão de Controle da Infecção Hospitalar da Sespa (DCIH), explicou que a Infecção Relacionada à Assistência à saúde (IRAS) é definida pela Portaria MS n° 2616 de 12/05/1998 como “aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares”. Elas representam complicações relacionadas à assistência à saúde e constituem a principal causa de morbimortalidade hospitalar, aumentando o tempo de internação dos pacientes, elevando os custos hospitalares reduzindo a rotatividade dos leitos”, informou. “O uso indiscriminado de antibióticos e o surgimento de germes multirresistentes aos antimicrobianos são fatores que apontam as IRAS como um grave problema de saúde pública”, acrescentou a diretora.
Conforme análise da Anvisa, as IRAS são um problema multifatorial, que exige ações estratégicas de prevenção e controle que devem ser organizadas em conformidade com a lei 9.431/1997. Entre essas ações estão a higienização das mãos; a elaboração e a aplicação de uma série de protocolos de prevenção e controle; a aplicação de medidas de precaução e isolamento; o gerenciamento do uso de antimicrobianos; e protocolos de limpeza e desinfecção de superfícies.
Covid-19 – A DCIH faz parte do Departamento de Vigilância Sanitária que integra a Diretoria de Vigilância em Saúde da Sespa e desde o início da pandemia de Covid-19 vem participando das ações do Comitê Técnico Assessor de Informações Estratégicas e Respostas Rápidas à Emergência em Vigilância em Saúde referentes à Covid-19.
Um dos trabalhos mais importantes foi a elaboração de seis notas técnicas sobre “Equipamento de Proteção Individual (EPI)”, “Transporte do Paciente”, “Manejo do Corpo”, “Instituição de Longa Permanência”, “Hemodiálise” e “Odontologia”, todas requalificando fluxos, protocolos de precauções e isolamentos referentes à pandemia da Covid-19, considerando a alta transmissibilidade do novo coronavírus por gotículas e até aerossóis.
A enfermeira da DCIH, Priscila de Almeida, especialista em Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar, afirmou que a responsabilidade na prevenção das infecções hospitalares é dos profissionais, do paciente e do seu acompanhante porque envolve um conjunto de medidas que todos devem adotar.
Segundo a especialista, as principais medidas neste momento são a higiene adequada das mãos, não tocar olhos, nariz e boca com a mão não higienizada, usar máscara de forma correta ao sair, respeitar o distanciamento social e manter a limpeza frequente do ambiente. “Dentro do ambiente hospitalar, durante o atendimento de um caso suspeito, existem outras recomendações específicas”, observou Priscila de Almeida.
Ela explicou que se hoje um paciente se internar para fazer uma cirurgia e for acometido por Covid-19, é difícil reconhecer que a transmissão ocorreu após internação, portanto não será considerada como infecção hospitalar. “No início da pandemia ainda era possível identificar a origem da transmissão da Covid-19, com a transmissão comunitária, isso é muito difícil”, afirmou a epidemiologista, que também é mestre em Gestão e Saúde na Amazônia.