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HC será primeiro hospital público do país com serviço de diagnóstico molecular de câncer
26/02/2009

Acelerador de partículas terá capacidade de diagnosticar cânceres em estágio primário

O Hospital das Clínicas de São Paulo, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, será a primeira unidade pública do Brasil a ter uma Unidade de Produção de Radiofármacos. O local, que abrigará um aparelho Ciclotron, doado pelo Hospital Sírio Libanês, produzirá substâncias radioativas com capacidade de diagnosticar câncer em estágio primário nos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), e ficará sob a responsabilidade do Instituto de Radiologia, no prédio da Medicina Nuclear.
A cerimônia oficial de doação do equipamento foi realizada nesta terça-feira, dia 17, na Sala de Congregação da Faculdade de Medicina da USP, em evento que contou com a participação da secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella, representando o governador José Serra, além do secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.
Pela parceria, o Hospital Sírio Libanês repassou R$ 9,9 milhões ao HC para aquisição do equipamento Ciclotron e de um tomógrafo PET/CT. Já as obras de infra-estrutura, para instalação da máquina, foram orçadas em R$ 7,7 milhões, dos quais R$ 4,2 milhões investidos pela Secretaria e R$ 3,5 milhões pelo HC. “Com a parceria de hoje, estamos seguindo a determinação do governador Serra de levar o SUS próximo à residência dos munícipes. E excelência é a marca do Hospital das Clínicas”, destacou a secretária Linamara.
Segundo o superintendente do HC, José Manoel de Camargo Teixeira, o equipamento contribui para que a unidade se mantenha como referência no país, tanto no atendimento como em pesquisas. “A produção, dentro do complexo do HC, será fundamental para as pesquisas a serem conduzidas no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo”, afirma.
O Ciclotron poderá produzir pelo menos 10 diferentes radioisótopos – elementos químicos usados em exames de diagnóstico por imagem. Trata-se de um acelerador de partículas cujas substâncias serão usadas em exames, terapias e pesquisas em diversas áreas da medicina, especialmente em Oncologia. A máquina suprirá a demanda de flúor 2 – desoxiglicose –, também conhecido como FDG marcado, radioisótopo muito utilizado em exames para detecção de tumores.
Uma vez injetado na corrente sanguínea, o FDG produzido pelo Ciclotron desloca-se rapidamente aos locais onde há maior consumo de glicose, o principal alimento do tumor. Com isso, mostra a presença de células tumorais em estágios ainda iniciais da doença, e permite aos médicos planejar com mais precisão o melhor tratamento para cada tipo de tumor.
Para o secretário Barradas, o convênio é um exemplo para o Brasil de como é possível unir o setor público à iniciativa privada. “O Estado passará a ser auto-suficiente no diagnóstico moderno de câncer”, observou. O presidente do Conselho Diretor do Instituto de Radiologia e diretor geral do Instituto do Câncer, Giovanni Guido Cerri, também agradeceu o empenho do Governo do Estado em viabilizar a parceria. “A instalação desse aparelho põe o Hospital das Clínicas e a Faculdade de Medicina da USP em nível internacional de combate ao câncer”, apontou.
         As obras para instalação da máquina já estão em andamento e até meados do segundo semestre de 2009 a produção terá início. Em uma segunda etapa, a nova Unidade, que será instalada, fará estudos para testar o emprego de novos compostos em diferentes tipos de câncer. “Como nem todos os tumores se alimentam de glicose, queremos testar outras substâncias que ajudem a detectar e estabelecer em que estágio eles se encontram”, explica o radiologista Carlos Alberto Buchpiguel, diretor do serviço de Medicina Nuclear do InRad. Ele destaca que, futuramente, a unidade desenvolverá, ainda, moléculas para diagnosticar fenômenos no cérebro, como, por exemplo, doenças senis.
O aparelho funcionará dentro de uma casamata de 520 m2, protegida por paredes de concreto com 1,90m de espessura. A função desse verdadeiro “bunker” é evitar que a radioatividade produzida durante o funcionamento do aparelho ganhe o ambiente externo.

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