Equatoriana foi operada no Hospital Samaritano
por médica brasileira que desenvolveu a técnica
Um ano após realizar a cirurgia fetal endoscópica para correção de Mielomeningocele com sua técnica, a especialista em Medicina Fetal do Hospital Samaritano, Denise Pedreira, operou uma paciente estrangeira pela primeira vez. A paciente, que vive no Equador, procurou o tratamento no Brasil, depois de uma vasta pesquisa sobre as técnicas cirúrgicas disponíveis no mundo.
Este tipo de cirurgia endoscópica só é feita no Brasil e na Alemanha. A indicação para o tratamento no Brasil também partiu de médicos norte-americanos, onde a paciente procurou orientação. “Foram dois dias de pesquisas e telefonemas para diversos países até definirmos que aqui teríamos o que há de mais avançado e inovador para tratar a doença do nosso bebê”, afirma a paciente Valery Ayala.
Em um ano, já foram realizadas oito cirurgias fetais endoscópicas para correção de Mielomeningocele, no Hospital Samaritano de São Paulo. Para a especialista Denise Pedreira, esta primeira cirurgia em uma paciente vinda de outro país é também um marco para a Medicina brasileira. “O que estamos acostumados a ouvir são histórias de brasileiros procurando por novas técnicas desenvolvidas em outro país ou médicos brasileiros desenvolvendo suas pesquisas em universidades estrangeiras. E agora, acontece extamente o inverso. Fomos indicados por médicos americanos e procurados por paciente de outro país para realização de uma técnica única, estudada, desenvolvida e aplicada por uma equipe brasileira”.
Mielomeningocele e cirurgia - doença congênita caracterizada pela malformação das estruturas que protegem a medula, a Mielomeningocele acomete o bebê a partir da sétima semana de vida intrauterina. A cirurgia fetal tem o objetivo de proteger (cobrindo) a medula exposta, visando reduzir a lesão dos nervos expostos ao líquido amniótico durante toda a vida intrauterina, o que levaria a uma destruição nervosa progressiva.
A correção deste defeito antes do nascimento mostra melhora no desenvolvimento neurológico e motor do bebê, e menor necessidade de colocar válvula para tratar a hidrocefalia, quando comparada aos casos operados somente após o nascimento. A cirurgia convencional tem sido feita “via céu aberto”, com corte na barriga e no útero para operar o feto. Já a técnica endoscópica é feita por câmera de vídeo, sem a necessidade da abertura do útero, apenas três pequenos “furos” são necessários. O procedimento endoscópico reduz os riscos de ruptura do útero da gestante, tanto nesta gravidez, como em futuras, que podem inclusive levar uma perda fetal.
A técnica desenvolvida pela especialista brasileira é 100% nacional e resultado de 14 anos de estudos. A principal diferença para a técnica alemã está na película usada para “cobrir” a medula. A película foi desenvolvida por uma empresa brasileira, com material nacional, reduzindo os custos do produto em 100 vezes. Além disso, o produto nacional traz o diferencial de induzir a formação de uma nova dura-máter (membrana que envolve a medula espinhal) no feto, enquanto o produto utilizado na Alemanha apenas substitui a dura-máter.
A cirurgia na paciente Valery Ayala aconteceu em abril. O parto já foi realizado. Mãe e bebê estão bem, o defeito estava fechado ao nascimento e não há hidrocefalia.
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