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ASCO 2016: CÂNCER DE PULMÃO DE NÃO PEQUENAS CÉLULAS AVANÇADO
09/06/2016

Estudo apresenta o combo pembrolizumabe + quimioterapia como 1ª linha de tratamento para os pacientes

Novos dados mostram que, quanto maior a quantidade da proteína PD-L1 no tumor, melhor é a resposta ao tratamento com pembrolizumabe

Durante o Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), que acontece essa semana em Chicago, a MSD apresentou novos dados de três diferentes estudos com a imunoterapia anti PD-1, pembrolizumabe, comercialmente conhecida como Keytruda - nos países em que foi lançada -, para o tratamento do câncer de pulmão de não pequenas células avançado.

Os dados do estudo inicial (KEYNOTE 021) da combinação de pembrolizumabe com tratamentos padrões com quimioterapia para pacientes com este tipo de câncer de pulmão, sem tratamento prévio, mostraram que as Taxas de Resposta Objetiva variaram de 48 a 71%, dependendo da terapia padrão utilizada no combo. As informações são baseadas em 74 pacientes que foram tratados com pembrolizumabe combinado com um dos três diferentes regimes de quimioterapia utilizados hoje como padrão no tratamento da doença. Os resultados do total de pacientes mostram uma Taxa de Resposta Objetiva de 57%, 01 (um) paciente com resposta completa (ou remissão total dos tumores) e 41 com respostas parciais.

"Combinar pembrolizumabe e quimioterapia na primeira linha de tratamento do câncer de pulmão é um importante passo para o desenvolvimento de mais opções de tratamento para pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células. O estudo em questão nos ajudou a identificar as opções de quimioterapia para a combinação com pembrolizumabe, independentemente da expressão PD-L1, e, assim, avançar na fase 3 dos testes.", afirma o Dr. Roger Dansey, vice-presidente sênior e chefe da área de pesquisa de oncologia da MSD.

O PD-L1 é uma proteína expressa pelas células tumorais e indica que há, no local do órgão onde está o tumor, uma inibição das respostas imunes das células de defesa do corpo o que faz com que o sistema de defesa não ataque o tumor e, nesse sentido, ele cresce e acomete outros órgãos gerando a metástase. A grande contribuição do PD-L1 e das outras proteínas ou mutações (conhecidas como biomarcadores) na oncologia está na caracterização do tumor, pois, ao ser expresso, é possível identificar qual é a terapia ideal para cada tipo de câncer. No caso, a imunoterapia anti PD-1 bloqueia a ligação do PD-1 (expresso nas células de defesa) com o PD-L1 (expresso nas células tumorais) e, com este bloqueio, o sistema imune do corpo consegue identificar, atacar e combater o câncer.

Respostas por grupo de estudo:

Grupos

(N= número de pacientes no grupo)

 

Grupo A

Pembrolizumabe+ carboplatina e paclitaxel

N=25

Grupo B

Pembrolizumabe+ carboplatina, paclitaxel,e bevacizumabe

N=25

Grupo C

Pembrolizumabe+ carboplatina e pemetrexed

N=24

Todos pacientes

N=74

Taxa de Resposta Objetiva

52% (13)

 

48% (12)

 

71% (17)

 

57% (42)

 

Resposta Completa

0

0

4% (1)

1% (1)

Resposta Parcial

52% (13)

48% (12)

67% (16)

55% (41)

Sobrevida Livre de Progressão

10,3 meses

Não alcançada

10,2 meses

 

Duração média do acompanhamento

13 meses

 

9 meses

 

16 meses

 

12 meses

 

As respostas foram observadas em todos os níveis de expressão da proteína PD-L1 no tumor, incluindo pacientes com PD-L1 negativo. O nível de PD-L1 incluí alta expressão (TPS ≥50%), alguma expressão (TPS ≥1%) e expressão negativa (TPS <1%).

Taxas de respostas globais dependendo da expressão de PD-L1 nos tumores:

PD-L1

Grupo A

N=25

Grupo B

N=25

grupo C

N=24

Todos pacientes

N=74

TPS ≥50%

56%

 

50%

 

75%

 

60%

 

TPS ≥1%

53%

 

50%

 

69%

 

57%

 

TPS <1%

44%

 

40%

 

75%

 

54%

  

Estes resultados são animadores porque fornecem evidência inicial de que a adição de quimioterapia com o pembrolizumabe pode aumentar as taxas de resposta e abrir novos caminhos de tratamento para uma gama mais ampla de pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células avançado ", disse o Dr. Gadgeel, Professor, líder do Time Multidisciplinar de Oncologia Torácica, Instituo do Câncer Karmanos / Universidade Estadual Wayne, em Detroit.

Além dos dados acima, durante a ASCO a MSD divulgou as atualizações dos resultados de dois estudos clínicos (KEYNOTE 001 e KEYNOTE 010) com o pembrolizumabe como terapia única para câncer de pulmão de não pequenas células avançado cujos tumores expressem a proteína PD-L1. Os dados de dois anos do estudo de fase 1 (KEYNOTE 001) mostram que as respostas com pembrolizumabe são duráveis e que a Sobrevida Global mediana dos pacientes sem tratamento prévio foi mais do que o dobro da dos com tratamento prévio (22,1 e 10,6 meses, respectivamente). Os resultados deste estudo serviram de base para a aprovação acelerada do pembrolizumabe nos EUA na segunda linha de tratamento dos pacientes de câncer de pulmão de não pequenas células avançado.

Já o KEYNOTE 010 foi um estudo de fase 2/3 que comparou pembrolizumabe versus a quimioterapia padrão (docetaxel) em pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células avançado, tratados previamente. E a análise deste estudo mostrou que o pembrolizumabe melhorou significativamente a Sobrevida Global em comparação com a quimioterapia em pacientes com qualquer nível de expressão da proteína PD-L1 no tumor.

As atualizações do KNEYNOTE 010 apresentadas na ASCO foram baseadas em uma sub-análise de 1.033 pacientes divididos em quatro categorias de expressão do PD-L1 (1 a 24%; 25 a 49%; 50 a 74%; e maior ou igual a 75%). E os resultados evidenciaram que nos pacientes tratados com pembrolizumabe a Sobrevida Global, a Sobrevida Livre de Progressão e a Taxa de Resposta Global foram maiores conforme o aumento dos níveis de expressão da proteína PD-L1. Contudo, isso não ocorreu nos tratados com quimioterapia. Confira nas tabelas abaixo com os resultados.

Pacientes com alta expressão de PD-L1 no tumor (≥75%):

Endpoints

Pembrolizumabe

Quimioterapia (docetaxel)

Sobrevida Global mediana

16,6 meses

8,2 meses

Sobrevida Livre de Progressão mediana

6,2 meses

4 meses

Taxa de Resposta Global

33,7%

7%

Pacientes com baixa expressão de PD-L1 no tumor (0 a 24%):

Endpoints

Pembrolizumabe

Quimioterapia (docetaxel)

Sobrevida Global mediana

9,7 meses

8,5 meses

Sobrevida Livre de Progressão mediana

2,6 meses

4 meses

Taxa de Resposta Global

8,6%

10,9%

 

"Os dados do KEYNOTE-010 mostram que há uma correlação entre o aumento dos níveis de expressão de PD-L1 e os melhores resultados, o que ressalta ainda mais a importância de compreender a expressão de PD-L1 do paciente ao determinar um plano de tratamento específico.", diz o Dr. Roger Dansey, vice-presidente sênior e chefe da área de pesquisa de oncologia da MSD

Este estudo está sendo revisados pela agência regulatória dos EUA (FDA) e devem servir como base para a aprovação compelta do pembrolizumabe no tratamento de pacientes com câncer de pulmão cujos tumores expressam PD-L1. No Brasil, o medicamento está em análise pela ANVISA e a expectativa de aprovação é ainda este ano para pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células avançado cujos tumores expressem a proteína PD-L1. Essa maneira de analisar o tratamento oncológico permite uma decisão informada do tratamento proposto e faz com que as terapias sejam cada vez mais direcionadas àqueles que vão se beneficiar amplamente dos tratamentos modernos. E isso vem ao encontro da busca por uma gestão mais racional dos recursos da saúde, tanto do setor privado quanto do público.

 

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