No ano de 2010 foram realizadas 60 mil cirurgias bariátricas no país, contra 16 mil realizadas em 2003; Crescimento coloca o Brasil na segunda posição no ranking mundial, ficando atrás apenas dos Estados Unidos
O número de cirurgias bariátricas no Brasil registrou um grande crescimento nos últimos sete anos. O procedimento, indicado no tratamento da obesidade mórbida, foi realizado 16 mil vezes em 2003. Já no ano de 2010 foram realizadas 60 mil cirurgias no país, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).
Esse crescimento coloca o Brasil na segunda posição do ranking mundial de cirurgias bariátricas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que realiza anualmente 300 mil procedimentos por ano. “O grande crescimento nos números de cirurgia bariátrica no Brasil está relacionado ao crescimento da população obesa no país e ao reconhecimento que é um procedimento seguro e eficaz no tratamento da doença“, destaca o cirurgião Dr. Roberto Rizzi, membro titular da SBCBM.
A diminuição do tamanho do estômago para perda de peso é recomendada quando o índice de massa corporal (IMC) é maior que 40kg/m² em pessoas com idade superior a 18 anos, seja homem ou mulher. O procedimento pode ser recomendado, ainda, se o IMC estiver entre 35kg/m² e 40kg/m² e o paciente em questão tiver diabetes, hipertensão arterial, apnéia do sono, hérnia de disco ou outras doenças associadas à obesidade. “Nos casos que o IMC do paciente fica entre 30 e 35 é preciso uma avaliação prévia e individualizada para ver se realmente a cirurgia bariátrica é recomendável. A cirurgia bariátrica é a última opção para o paciente que já tentou, sem sucesso, reduzir peso por métodos tradicionais”, diz Dr. Rizzi.
A cirurgia, porém, não garante a redução de peso em definitivo. O paciente precisa fazer uma adaptação a sua nova realidade e contar com acompanhamento de profissionais da saúde para se adaptar a sua nova rotina. “No geral, depois de três anos 10% dos pacientes começam a engordar novamente, por não adotar um novo estilo de vida saudável. O paciente necessita de um acompanhamento contínuo porque a mudança na dieta e nos hábitos de vida, necessários após a operação, é o que garante a saúde do paciente e a o sucesso na eliminação de quilos”, ressalta Dr. Rizzi.
Benefícios no controle do Diabetes tipo 2
Três tipos de cirurgia se mostram eficientes no controle do diabetes tipo 2 e por isso são conhecidas como Cirurgia do Diabetes: o by-pass gastrojejunal e as derivações bilio-pancreáticas (scopinaro e “duodenal switch”). As três técnicas criam um atalho para o alimento, que é desviado do duodeno e chega antes à parte final do intestino. Esse desvio altera a secreção de alguns hormônios intestinais, como o GLP-1, cujo aumento estimula a produção de insulina, resultando na melhora ou até mesmo no controle do diabetes tipo 2.
Os bons resultados da cirurgia para o controle do diabetes tipo 2 devem-se, basicamente, a dois fatores: a perda de peso do paciente e principalmente a alteração hormonal. “A Cirurgia do Diabetes melhora a sensibilidade à insulina nos pacientes e a habilidade do corpo de aproveitar a glicose na corrente sanguínea. A sensibilidade à insulina é prejudicada em pessoas com diabetes tipo 2, resultando no acúmulo de açúcar no sangue. O procedimento representou 25% das 30 mil cirurgias bariátricas realizadas em 2009”, destaca Dr. Rizzi.
Levantamento realizado pela SBCBM analisou a eficácia da Cirurgia do Diabetes em pacientes obesos com diabetes tipo 2 operados em 2009. Dos 7.500 pacientes que se submeteram ao procedimento no ano passado, 90% tiveram o controle total da doença ou conseguiram reduzir o uso de medicamentos, como a aplicação de insulina.
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Rafael Ernandi / Ítalo Genovesi
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